quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Projeto Tamar


Setembro marca o início da 32ª temporada reprodutiva de tartarugas marinhas sob a proteção do Tamar, no litoral brasileiro. Segundo o coordenador nacional do Projeto, oceanógrafo Guy Marcovaldi, a expectativa é alcançar, com essa temporada 2012/2013, a marca de 15 milhões de filhotes protegidos, desde que se mantenham as médias anuais dos últimos períodos reprodutivos, em torno de um milhão de tartaruguinhas.
Até março próximo, as fêmeas de quatro das cinco espécies que ocorrem no Brasil retornam às praias em que nasceram para depositar seus ovos - a tartaruga verde (Chelonia mydas) se reproduz de dezembro a julho, nas ilhas oceânicas. As bases do Tamar em áreas de desovas no litoral (Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro) estão a postos para intensificar o trabalho nas praias e no mar. Outras bases, como as do Ceará, São Paulo e Santa Catarina, ficam em áreas de alimentação, passagem e descanso das tartarugas marinhas.
Matriz de ameaças - Até o final desse ano fica pronta a matriz das principais ameaças às tartarugas marinhas que está sendo elaborada pelo Projeto Tamar/ICMBio. De acordo com a coordenadora técnica nacional do Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi, esse trabalho é de extrema importância, levando-se em conta as dimensões quase continentais do litoral e a distribuição das espécies ao longo de toda a sua extensão.
“Com recursos limitados e diante da grande extensão do litoral brasileiro, é preciso concentrar esforços, identificando quais ameaças matam as diferentes espécies de tartaruga, levando-se em conta as diversas fases da vida desses animais”, afirma a oceanógrafa. O maior desafio, após 30 anos de trabalho, é utilizar o conhecimento acumulado para priorizar ações capazes de otimizar os resultados de recuperação das populações das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil.
                           
Começar novos estudos e prosseguir com pesquisas em andamento
Além de iniciar novos estudos, nesta temporada reprodutiva 2012/2013 o Tamar vai prosseguir com outras linhas de pesquisa em andamento, de modo a ampliar o conhecimento acumulado. Os principais são os seguintes:
Mudanças climáticas, Cabeçudas na Praia do Forte, Hibridismo entre 3 espécies e Rastreamento de filhotes.
Campanhas permanentes de sensibilização e educação ambiental
As campanhas permanentes de sensibilização e educação ambiental seguem informando usuários de praias, moradores, empresários, pescadores e turistas sobre a importância da colaboração de todos para que as tartarugas possam dar continuidade ao seu ciclo de vida. As principais são as seguintes:
'Nossa Praia É a Vida' e 'Nem Tudo que Cai na Rede É Peixe'.
Trabalho redobrado, na praia e no mar, de dia e de noite.
O momento é de muito trabalho, principalmente para as equipes de campo que vão realizar diversas tarefas, além de monitorar e cuidar dos ninhos, até que os filhotes possam alcançar o mar em segurança.
Há muita gente envolvida, incluindo cerca de 60 estagiários e trainees, que estão chegando para fortalecer as equipes das bases e para realizar ou acompanhar, junto com 100 pescadores-tartarugueiros e agentes locais, aproximadamente, o monitoramento diurno e noturno das praias. O primeiro contato são as palestras e oficinas do Programa de Capacitação de Estagiários e Trainees.
Durante o dia, o trabalho é feito para localizar e marcar os ninhos in situ (no local original de postura pela fêmea). Quando necessário, pela ameaça humana ou da natureza, as desovas são transferidas para locais seguros (outros trechos de praia ou cercados de incubação situados nas bases do Tamar). Graças ao trabalho de sensibilização, educação ambiental e de inclusão social junto às comunidades locais e turistas, cerca de 70% dos ninhos permanecem em seu local original.
Fonte: www.projetotamar.com.br
Acessado em: 8/11/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário