Atualmente, três tipos de tecnologia são utilizadas nas pesquisas para a vacina da COVID-19:
- Vacinas de vírus enfraquecidos
- Vacinas de adenovírus enfraquecidos
- Vacinas de RNA mensageiro
Dentre todas as opções pesquisadas, as mais promissoras, que têm se destacado até o momento, são:
Oxford/Astra-Zeneca
- Tecnologia utilizada:adenovírus atenuado
- Fase atual:3
- Previsão de fim da pesquisa:31/10/2021.A vacina de Oxford, nome popular da fórmula pesquisada pela farmacêutica AstraZeneca, foi uma das primeiras a despontar como possível solução contra o novo coronavírus. Esta concorrente usa um método inovador que, até então, não havia sido utilizado em nenhum outro tipo de vacina existente: a tecnologia de adenovírus enfraquecido.
Os adenovírus são um grupo de vírus que causam doenças respiratórias leves, como resfriados. No caso da vacina de Oxford, a técnica consiste em enfraquecer o adenovírus CHAdOx1 (responsável pelo resfriado de chimpanzés) e, a partir de pequenas modificações na estrutura do vírus, fazer com que ele possa ter a chamada proteína S (de "spike", termo em inglês para "espícula" ou "gancho").
Essa estrutura está presente no SARS-CoV-2 e é considerada como uma chave para que o nosso sistema imunológico possa trabalhar contra o vírus. "O objetivo da vacina é fazer com que as nossas células passem a produzir essa proteína e que isso ensine o sistema imune a se defender do coronavírus", explica Francisco Ivanildo de Oliveira Jr, gerente de Qualidade Assistencial e Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Sabará Hospital Infantil.
Ao todo, 30 mil pessoas participam da fase 3 dos testes do imunizante, com idades acima de 18 anos, inclusive idosos. Até o momento, a vacina de Oxford tem apresentado resultados positivos nos ensaios - que têm uma parte sendo conduzida no Brasil, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo e o Instituto D'Or, no Rio de Janeiro.
Sinovac/Coronavac
- Tecnologia utilizada: vírus inativado
- Fase atual: 3
- Previsão de fim da pesquisa: Outubro de 2021A vacina chinesa da farmacêutica Sinovac ganhou notoriedade no Brasil por também ter desembarcado no país. Após uma parceria sino-brasileira, o Instituto Butantan passou a realizar testes da vacina com voluntários brasileiros e, caso seja aprovada, ela também será produzida por aqui graças a um acordo de transferência de tecnologia.
Diferente da vacina de Oxford, a Coronavac utiliza a técnica tradicional de inativação do vírus. Este é o mesmo princípio usado na vacina da gripe ou da poliomielite, por exemplo. "Ela usa o próprio coronavírus inativado (morto) para estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos que neutralizam o vírus", explica Francisco Ivanildo, adicionando que este tipo de vacina é considerada segura até mesmo para os grupos de risco da COVID-19.
João Prats, infectologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, ressalta ainda que a vacina possui outra característica importante no combate ao vírus. "Ela tem uma substância que intensifica a vontade do corpo de produzir anticorpos e chama mais a atenção do sistema imunológico", conta o médico.
Vacina da Sinopharm
- Tecnologia utilizada: vírus inativado
- Fase atual: 3
- Previsão de fim da pesquisa: Julho de 2021A farmacêutica chinesa Sinopharm está desenvolvendo duas vacinas contra a COVID-19. Testadas nas cidades de Pequim e Wuhan, as imunizações têm como base tecnológica a inativação de duas cepas diferentes do SARS-CoV-2. Assim, o princípio das vacinas da Sinopharm é o mesmo utilizado na concorrente Coronavac.
De acordo com João Prats, a técnica consiste em inserir um agente na fórmula de forma que o vírus não cause doenças em pessoas. Para isso, uma amostra do vírus é coletada e inserida em nossas células (ambiente no qual o vírus é replicado). "Para deixar o vírus inativo, são usadas substâncias na vacina que impedem que ele cause a doença. Mas ainda assim é o próprio vírus", explica o médico.
Na fase três, as vacinas da Sinopharm também estão demonstrando resultados positivos quanto à resposta imunológica e efeitos adversos no corpo. Ao todo, 30 mil voluntários devem ser recrutados para os testes com as imunizações, supervisionados pelas equipes de Pequim e Wuhan.
Moderna
- Tecnologia utilizada: RNA mensageiro
- Fase atual: 3
- Previsão de fim da pesquisa: Outubro de 2022A vacina da Moderna, farmacêutica de origem estadunidense com sede em Cambridge, no Reino Unido, traz uma tecnologia incipiente contra o SARS-CoV-2:imunização com RNA mensageiro.
Pfizer/BioNTech
- Tecnologia utilizada: RNA mensageiro
- Fase atual: 3
- Previsão de fim da pesquisa: Abril de 2021Outra candidata que utiliza o RNA mensageiro como base de indução ao sistema imunológico é a vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech. Assim como o imunizante da Moderna, a pesquisa das duas farmacêuticas também tenta encontrar um produto que consiga passar a "receita" da proteína S por meio de uma vacina com fragmentos de material genético do SARS-CoV-2.
Quanto aos efeitos colaterais, o relatório mostrou que os voluntários que participaram dos testes demonstraram dor no local da vacina, dor de cabeça e fadiga. As reações adversas locais e sistêmicas foram maiores após a segunda dose, mas consideradas aceitáveis nas doses mais baixas utilizadas.
Para a realização da fase três, a farmacêutica reúne quase 30 mil voluntários. Os participantes são adultos acima de 18 anos e idosos.
Vacina russa Sputnik V
- Tecnologia utilizada: adenovírus atenuado
- Fase atual: 2
- Previsão de fim da pesquisa: Maio de 2021A vacina russa, também chamada de "Sputnik V", é uma das candidatas que gerou grande debate no meio científico. Além da polêmica em torno de sua aprovação prematura, ela também chama atenção por ser uma opção que utiliza a técnica de adenovírus modificado.
No caso da Sputnik V, são dois adenovírus usados como base para a sua fabricação: o Ad26 e o Ad5, responsáveis por resfriado em humanos. Assim como o imunizante de Oxford, o princípio da vacina russa é mudar geneticamente os adenovírus selecionados para que carreguem a proteína S do coronavírus consigo e, assim, estimular a produção de anticorpos contra o SARS-CoV-2.
Até o momento, havia certa desconfiança em relação à vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, em Moscou, por ela ter sido aprovada pelo governo da Rússia antes mesmo que todas as fases essenciais de pesquisa estivessem concluídas ou que houvessem estudos publicados sobre ela em periódicos científicos.
Entretanto, no final de agosto, foi publicado o primeiro estudo sobre a vacina no jornal científico The Lacet. Segundo o relatório, após a aplicação da dose, a fórmula demonstrou ser segura com resultados positivos. Isso porque os voluntários começaram a desenvolver respostas imunes em seus organismos, com produção de células T e IgG.
Porém, o estudo publicado continha limitações, segundo os próprios pesquisadores: o espaço curto para os resultados (42 dias), a participação exclusiva de homens, o não uso de placebos e o número reduzido de voluntários (76 pessoas).
Mesmo assim, os experimentos da fase três já foram aprovados e devem acontecer com 40 mil voluntários de diferentes idades e grupos de risco. Assim como a vacina da Sinopharm, há uma previsão de que testes com 10 mil brasileiros sejam realizados no Paraná.
Vacina CanSino
- Tecnologia utilizada: adenovírus atenuado
- Fase atual: 3
- Previsão de fim da pesquisa: Janeiro de 2022A farmacêutica chinesa CanSino foi a primeira a receber patente de vacina contra a COVID-19 em seu país de origem, segundo informou o jornal estatal Diário do Povo. O imunizante em questão é o Ad5-nCoV, uma fórmula que utiliza o adenovírus Ad5 atenuado - similar à técnica usada na vacina russa e na vacina de Oxford (com a diferença que a vacina inglesa recorreu a um vírus de resfriado de chimpanzé).
Até 2022, a CanSino espera concluir a fase 3 dos testes, que reúnem 40 mil voluntários (com 18 anos ou mais) de países como Chile, Rússia, Arábia Saudita e Brasil. Resultados preliminares das fases 1 e 2 da vacina demonstraram que a formulação não teve impactos severos no corpo humano e que induziu resposta imunológica de anticorpos - inclusive de células T, conforme publicado no jornal The Lancet.
Fonte: istoe.com.br
agenciabrasil.ebc.com.br
minhavida.com.br
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Imagens: google.pt
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