sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Aroeira vermelha brasileira neutraliza superbactérias


Apesar de ser nativa do Brasil, a aroeira vermelha se propagou por todas as Américas - nos EUA ela ocorre principalmente na Flórida. 
[Imagem: Emory University]



Flavona

As frutas vermelhas da aroeira vermelha brasileira (Schinus terebinthifolia) contêm um extrato com o poder de neutralizar as perigosas bactérias resistentes aos antibióticos, responsáveis pela morte de um crescente número de pacientes.
"Os curandeiros tradicionais da Amazônia usam a aroeira vermelha brasileira há centenas de anos para tratar infecções da pele e dos tecidos moles. Nós separamos os ingredientes químicos das bagas e as testamos sistematicamente contra bactérias causadoras de doenças para descobrir um mecanismo medicinal desta planta," conta a pesquisadora Cassandra Quave, da Universidade de Emory (EUA).
Um composto refinado extraído das bagas, rico em flavona, inibiu a formação de lesões cutâneas em animais de laboratório infectados com a bactéria MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina).
O medicamento natural funciona, não matando as bactérias MRSA, mas reprimindo uma proteína que permite que elas se comuniquem umas com as outras. Bloquear essa comunicação impede que as células adotem uma ação coletiva para formar biofilmes, as tão temidas colônias de bactérias resistentes aos antibióticos.

Sem efeitos colaterais

A descoberta pode levar a novas formas de tratar e prevenir as infecções resistentes aos antibióticos, um problema crescente em nível mundial. Algumas das bactérias mais fortes sobrevivem a estes medicamentos e proliferam, passando adiante seus genes e levando a gerações das chamadas superbactérias.
O extrato de aroeira vermelha brasileira não oferece esse risco porque ele funciona simplesmente interrompendo a sinalização das bactérias MRSA, sem matá-las. Os pesquisadores também descobriram que o extrato não prejudica os tecidos da pele dos animais ou as bactérias normais e saudáveis encontradas na pele.
"Ele essencialmente desarma as bactérias MRSA, impedindo que elas excretem as toxinas que usam como armas para danificar os tecidos. O sistema imunológico normal do corpo, em seguida, tem uma melhor chance de curar o ferimento," disse Quave.
Os resultados foram publicados na revista Nature Scientific Reports

Fonte: www.inovaçãotecnologica.com.br
Fonte: 24/02/2017

Bactérias intestinais têm influência decisiva no Mal de Alzheimer

Primeiro Parkinson, agora Alzheimer

Uma pesquisa feita na Universidade de Lund (Suécia) deu suporte à hipótese de que as bactérias intestinais aceleram o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
conexão entre as bactérias intestinais e a doença de Parkinson já está bem estabelecida, o que levou os pesquisadores a estudar também a conexão com o Alzheimer - hoje já se sabe que o intestino parece formar um "segundo cérebro", tamanha é sua conexão com o sistema nervoso.
Como as nossas bactérias comensais têm um grande impacto sobre nossa saúde geral, sobretudo através de interações entre o sistema imunológico, a mucosa intestinal e a nossa dieta, a composição da microbiota intestinal passou a ser de grande interesse para as pesquisas sobre doenças neurológicas e neurodegenerativas.
A composição da nossa microbiota intestinal depende de quais bactérias recebemos no nascimento, dos nossos genes e da nossa dieta.

Bactérias intestinas e Alzheimer

Ao estudar camundongos saudáveis e doentes, os pesquisadores descobriram que os camundongos que sofrem de Alzheimer têm uma composição de bactérias intestinais diferente.
A equipe também estudou a doença de Alzheimer em camundongos completamente livres de bactérias, para testar ainda melhor a relação entre as bactérias intestinais e a doença. Os camundongos sem bactérias apresentaram uma quantidade significativamente menor de placas beta-amiloides no cérebro.
Para esclarecer a conexão entre a flora intestinal e a ocorrência da doença neurológica, os pesquisadores então transferiram bactérias intestinais de camundongos doentes para camundongos sem germes e constataram que estes últimos desenvolveram mais placas beta-amiloides no cérebro em comparação com o grupo que recebeu bactérias de animais saudáveis.
"Nosso estudo é único porque mostra um nexo causal direto entre as bactérias intestinais e a doença de Alzheimer. É marcante que os camundongos completamente livres de bactérias desenvolvam muito menos placas no cérebro," disse a pesquisadora Frida Fak Hallenius.

Dieta e probióticos

Os pesquisadores pretendem agora testar novos tipos de estratégias preventivas e terapêuticas contra o Alzheimer com base na modulação da microbiota intestinal através da dieta e de novos tipos de probióticos.

"Os resultados significam que agora podemos começar a pesquisar maneiras de prevenir a doença e retardar sua manifestação. Consideramos que este é um grande avanço, já que até agora só podemos administrar medicamentos antirretrovirais que aliviam os sintomas," finalizou Hallenius.

Fonte: www.inovaçaotecnologica.com.br
Acessado em: 24/02/2017

Biopneus: Pneus renováveis feitos de biomassa


                                                 Biopneus: Processo produz pneus renováveis de biomassa


Pneus renováveis
Uma nova tecnologia para produzir pneus de automóveis usando matérias-primas vegetais - árvores e gramíneas - promete virar a indústria em direção ao uso de recursos renováveis.
Os pneus de carro são vistos como ambientalmente hostis porque são predominantemente feitos de combustíveis fósseis e não há muito o que fazer com eles depois que chegam ao final de sua vida útil. Contudo, até hoje não existem materiais alternativos em termos de preço e desempenho.
A equipe que desenvolveu o novo processo afirma que os pneus de carro produzidos a partir da biomassa serão idênticos aos pneus atuais, com a mesma composição química, cor, forma e desempenho.
"Nossa equipe criou um novo processo químico para fazer isopreno, a molécula-chave nos pneus de carro, a partir de produtos naturais como árvores, gramíneas ou milho. Esta pesquisa poderá ter um grande impacto sobre a multibilionária indústria de pneus de automóveis," disse o professor Paul Dauenhauer, da Universidade de Minnesota, nos EUA.
Isopreno biológico
Hoje, o isopreno é produzido separando-se termicamente moléculas no petróleo que são semelhantes à gasolina, em um processo chamado craqueamento. O isopreno é então separado de centenas de outros produtos e purificado. No passo final, o composto é posto para reagir consigo mesmo, formando cadeias longas que originam um polímero sólido que é o componente principal dos pneus de automóvel.
O isopreno de biomassa, por sua vez, é fabricado a partir de açúcares extraídos de plantas como gramíneas, árvores ou milho, em um processo de três passos "hibridizado", o que significa que ele combina a fermentação biológica, usando microrganismos, com a refinação catalítica convencional, que é semelhante à tecnologia de refinação do petróleo.
O primeiro passo é a fermentação microbiana dos açúcares da biomassa, como a glicose, para se obter um composto intermediário, chamado ácido itacônico. No segundo passo, o ácido itacônico reage com hidrogênio, gerando um produto químico chamado metil-THF (tetrahidrofurano). Esta etapa foi otimizada quando a equipe identificou uma combinação metal-metal única que serviu como um catalisador altamente eficiente.
Mas o grande avanço tecnológico do processo está no terceiro passo, quando o metil-THF é desidratado para gerar o isopreno. Usando um catalisador recentemente descoberto, chamado P-SPP (pentasil autoempilhado fosfórico), a equipe foi capaz de demonstrar uma eficiência catalítica de até 90%, com a maior parte do produto catalítico sendo isopreno.
Combinando as três etapas em um processo, o isopreno renovável pode ser obtido de forma renovável a partir da biomassa.
A tecnologia foi patenteada e está disponível para licenciamento pela Universidade.

Fonte: www.inovaçaotecnológica.com.br

Acessado em: 24/02/2017